Durante muito tempo as bruxas eram vistas como seres nefastos e que só faziam o mal para o próximo.
Mas com o passar dos anos essa visão foi se modificando e hoje muitos de nós sabemos que isso é uma distorção que teve origem lá na Idade Média, época em que as mulheres consideradas “bruxas” foram brutalmente assassinadas.
O período conhecido como a caça às bruxas – quando ocorreu a maior perseguição a essas mulheres – aconteceu entre 1580 a 1640 e os países que praticaram essa perseguição de forma mais fervorosa foram a Alemanha, a Suíça, a Escócia, a Inglaterra e a França.
Naquela época, não eram só as mulheres que tinham o conhecimento de plantas e ervas medicinais que eram perseguidas pelos inquisidores. Eram também consideradas más todas aquelas que possuíam alguns sinais pelo corpo como verrugas, marcas de nascença, malformações, claudicação (todos os sinais de pacto com o demônio).
Ah, e não podiam ser ruivas, caolhas, corcundas, leprosas ou albinas. Também não podiam ser bonitas demais, pois eram consideradas “símbolo da tentação” e, por isso, extremamente perigosas para os homens.
Se apresentassem qualquer um desses sinais essas mulheres eram capturadas e julgadas sem qualquer chance de se defender. E a execução de uma bruxa era uma atração que reunia toda a aldeia. Mesmo que fosse a pior das mortes, as pessoas estavam lá para assistir.
Por medo, muitas dessas mulheres fugiram para as florestas onde não podiam ser vistas e acabavam vivendo em situações precárias e de extrema pobreza.
Grande parte dessas mulheres perseguidas eram sozinhas no mundo: geralmente viúvas, mulheres solteiras e sem filhos, mães solteiras, idosas e qualquer uma que não tivesse condições de se defender das terríveis acusações.
No entanto, mesmo assim, muitos aldeões passaram a procurar os seus serviços, escondidos dos soldados do rei. Eles iam em busca de encantamentos, remédios, plantas e também de magias, positivas e negativas.
Segredos transmitidos por gerações
Durante a Idade Média, a magia popular era transmitida oralmente, tendo em vista que a maioria das mulheres não sabia ler ou escrever. Sendo assim, suas receitas eram passadas de boca em boca.
Elas sabiam de tudo: desde remédios para a cura de doenças até poções e encantos destinados a conquistar o amor de uma pessoa.
E para preparar os feitiços, a bruxa tinha que se cercar de seus acessórios, plantas e animais ou insetos. O caldeirão, por exemplo, usado para preparar poções, tem a sua origem nas mitologias celta e nórdica, onde já apresenta um carácter mágico, além de também proporcionar abundância, imortalidade ou mesmo sabedoria.
De acordo com o site Bruxas da Escócia, outros símbolos associados às bruxas (como vassouras, gatos pretos e chapéus pretos) eram na verdade coisas das “alewives”, ou seja, mulheres que faziam cerveja na época medieval, como forma de combater a má qualidade da água da época.
Nas suas portas havia uma vassoura para que as pessoas soubessem que podiam comprar cerveja. Os grandes caldeirões eram usados para produzir a cerveja, gatos eram mantidos para afastar os ratos e os chapéus pretos pontudos eram usados para serem identificadas mais facilmente.
Naquela época, a fabricação de cerveja era vista como um “trabalho de mulher”, mas quando percebeu-se que se tratava de um negócio lucrativo, as mulheres foram expulsas desse papel.