É fato que os antigos egípcios eram grandes conhecedores de magias.
A magia era uma prática comum e era usada para várias finalidades, seja para a cura, para se comunicar com os deuses, para atrair a sorte ou simplesmente como uma forma de interagir com o mundo espiritual. Mas também podia ser feita para prejudicar: tudo dependia da intenção e dos objetivos de quem a fazia.
A primeira informação sobre a magia egípcia antiga é datada de cerca de 4500 a.C. Alguns amuletos mágicos que foram criados naquela época permaneceram em uso até aproximadamente o século 5 d.C. e foram revividos novamente nos tempos modernos.
Existem também alguns conhecimentos de feitiços escritos que sobrevivem até os dias atuais, registrados em relevos, pinturas, papiros etc.
Definição de magia
Heka é a definição de magia e medicina no Antigo Egito e precedeu todas as outras divindades egípcias.
O nome Heka (hɛkə; em egípcio: wikt:ḥkꜣ) é uma antiga palavra egípcia para magia e descreve a força sobrenatural que os antigos egípcios acreditavam ter criado o universo.
Heka era como uma energia, disponível para qualquer um que a invocasse – sacerdotes, magos ou qualquer pessoa com conhecimentos espirituais – e fazia uso dessa força tanto para o bem como para o mal. Mas ele não era visto só como uma força: Heka também era um deus.
E de acordo com um mito egípcio, o deus Heka lutou e venceu duas serpentes. Essas serpentes então se tornaram parte do símbolo de Heka, com duas cobras acima da cabeça, ou às vezes duas cobras entrelaçadas com um par de braços erguidos.
Os médicos egípcios se autodenominavam “sacerdotes de Heka”. As pessoas os consultavam para usar a magia para a cura ou para proteger contra doenças, pragas e até mesmo problemas respiratórios – que eram bem comuns no deserto egípcio.
Naquele tempo, práticas médicas eram combinadas com rituais e encantamentos para curar as pessoas.
Para se ter uma ideia, os médicos do antigo Egito aconselhavam as pessoas a lavar e depilar o corpo para prevenir infecções, além de evitar se alimentar de animais impuros e peixe cru. Mas existem outras orientações um tanto estranhas, que também foram extraídas de textos médicos do antigo Egito.
Uma delas, diz o seguinte: para evitar gravidez, as mulheres deveriam colocar uma espécie de “tampão” feito com esterco de crocodilo na entrada da vagina. Além disso, o esterco também era usado para afastar os maus espíritos.
Mas, voltando a falar em magia, existe ainda mais uma palavra na antiga língua egípcia que era usada para descrever poderes mágicos: Akhu.
Akhu significa ”feitiços” ou ”feitiçaria” e era usada de acordo com as intenções de cada indivíduo – para o bem ou para o mal.
Elementos e costumes do antigo Egito que são reconhecidos até hoje
Existem alguns elementos usados pelos egípcios para a prática da magia e que até hoje nós identificamos em algumas culturas ou religiões.
O uso de varinhas mágicas – como se vê na Wicca, por exemplo – já era praxe dos antigos egípcios para invocar seres poderosos ou desenhar círculos protetores.
Eles também costumam bater os pés com força no chão e cantar, gritar, realizando uma espécie de dança mágica com tambores e sistro (que é uma espécie de chocalho), como forma de afastar os maus espíritos.
Os egípcios da antiguidade também utilizavam potes e tigelas, onde eram escritas palavras mágicas que transformam a água em uma poção de cura, que poderia ser bebida ou usada para o banho.
A prática do vodu também era bem difundida naquela cultura. Os conhecedores da magia faziam figuras de cera de pessoas, seja para ferir ou amaldiçoar os inimigos.
Apesar desse conhecimento ser difundido por toda aquela civilização, os praticantes formais da magia eram os sacerdotes. Essas pessoas passavam por um preparo, muito estudo, e conhecimentos superiores – que estavam fora do alcance das pessoas comuns.
Essas pessoas se dedicavam inteiramente à essa prática e, por isso, precisavam estar sempre em estado de pureza antes de realizar qualquer magia ou ritual religioso. Por isso, eles tomavam banho constantemente e usavam roupas limpas; abstinham-se de sexo e evitavam o contato com mulheres menstruadas (que, naquela época era visto como algo impuro).
Como podemos observar, muitas dessas práticas continuam sendo seguidas – mesmo que de forma diferente – por algumas culturas ou religiões.
Esse foi o legado que os egípcios deixaram para nós e que foi capaz de atravessar séculos.
Fontes: Experience Ancient Egypt | Wikipedia | Medical News Today