Quando falamos sobre elementos de proteção, esses três nomes são lembrados e, muitas vezes, acabam sendo vistos como sinônimos. Mas existem algumas diferenças entre amuleto, talismã e patuá, como veremos a seguir.
Amuleto
O amuleto é feito de algum elemento encontrado na natureza e que acreditamos nos trazer sorte e proteção. Esse elemento pode ser um cristal, trevo-de-quatro-folhas, pé-de-coelho e ervas como arruda, guiné, espada-de-são-jorge etc.
Talismã e Patuá
Já o talismã e o patuá são elementos criados pelo ser humano. São feitos a partir de amuletos e são usados para direcionar a energia contida nesses elementos como forma de proteção. São considerados talismã a ferradura, o olho grego,
A palavra patuá vem do Tupi “PATUÁ” ou “PATAUÁ” e quer dizer um cesto onde se guarda itens com motivos religiosos.

Mandingas no início do século 20 usando trajes tradicionais
“Quem não pode com mandinga não carrega patuá”
Você já deve ter ouvido essa expressão alguma vez na vida. Ela é usada para dizer que uma pessoa não deve assumir compromissos que não poderá cumprir. E isso nasceu na época da escravidão no Brasil.
Uma das etnias que foi trazida ao Brasil escravizada era a dos “Mandingas”, que eram muçulmanos e tinham o conhecimento da leitura e da escrita em árabe. Por conta disso, ganharam a confiança dos escravizadores, tornando-se capitães-do-mato, além de serem poupados do trabalho pesado.
Esses homens, os Mandingas, carregavam no pescoço um saquinho de pano que continha dentro trechos do Alcorão, que era usado para as suas rezas diárias. Por isso, os negros Mandingas eram vistos pelos negros de outras etnias como feiticeiros, por acreditarem que esse patuá que carregavam no pescoço fazia deles mais protegidos do que os outros.
E um fato curiosos que se vê na história é que, para escapar da escravidão, alguns negros se disfarçavam de Mandingas, colocando um patuá falso no pescoço. No entanto, quando eram abordados pelos verdadeiros Mandingas eles eram obrigados a provar a sua origem, lendo um trecho do alcorão.
E quando era constatado que aquela pessoa estava mentindo, geralmente ela era morta, pois fugir ou se passar por um Mandinga, era falta grave. Daí a expressão “quem tem medo de Mandinga, não carrega patuá”.
No entanto, de acordo com a doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP), Vanicléia Silva Santos, os patuás também eram usados pelos africanos que tinham algum contato com o catolicismo. Segundo ela, não se deve atribuir o uso dos patuás apenas aos grupos islamizados. Trata-se de costume comum em várias sociedades africanas, islamizadas ou não, europeias e indígenas.